Devolva-me
Palavra que motiva é arte,
arte que impulsiona é sorte
sorte que que insiste é dádiva
dádiva que expande cresce.
E por crescer se faz frequente,
Ensina a crer ser forte.
São letras que juntas moram,
sentido que dão e são,
palavra que move, palavra que corre.
que conforta, mas que também corta.
e se mostra por ser palavra.
e por ser palavra se mostra.
Configura para dar razão,
mas as vezes se esconde,
no repente reaparece,
e se perde ou se ganha
mas ainda assim palavra,
que faz o tudo do nada.
Que seria do letrado
se num passe desencantado,
por mais tempo que o instante,
se sumisse e acabasse a razão de ser palavra?
Que seria do mais amado
Que seria do oprimido e também do rechaçado?
Que seria se apagasse e acabasse a tinta?
Agonizado se tornaria,
Desorientando aparentar-se-ia,
Tomaria sua própria voz, por natureza registraria,
O desespero de se desfazer da velha e boa companhia,
Abriria o seu reduto ao perceber a tirania.
Devolva-me as palavras,
Devolva-me a voz,
E também meu desatino,
Me traga os meus papiros,
Que com as penas resolvo eu,
E delas faço, e delas grito.
Fermentam os pensamentos,
E crescem ao ser constantes,
Polissílabas ou monossílabas,
se esxpressam e descobrem gentes,
Derrubam os antigos cetros,
abrem os caminhos certos.
Devolva-me o sentido,
Devolva-me.
Devolva-me minhas palavras,
Devolva-me.
Que delas não mais me perco,
E dele não mais me afasto.