Devolva-me

Palavra que motiva é arte,

arte que impulsiona é sorte

sorte que que insiste é dádiva

dádiva que expande cresce.

E por crescer se faz frequente,

Ensina a crer ser forte.

São letras que juntas moram,

sentido que dão e são,

palavra que move, palavra que corre.

que conforta, mas que também corta.

e se mostra por ser palavra.

e por ser palavra se mostra.

Configura para dar razão,

mas as vezes se esconde,

no repente reaparece,

e se perde ou se ganha

mas ainda assim palavra,

que faz o tudo do nada.

Que seria do letrado

se num passe desencantado,

por mais tempo que o instante,

se sumisse e acabasse a razão de ser palavra?

Que seria do mais amado

Que seria do oprimido e também do rechaçado?

Que seria se apagasse e acabasse a tinta?

Agonizado se tornaria,

Desorientando aparentar-se-ia,

Tomaria sua própria voz, por natureza registraria,

O desespero de se desfazer da velha e boa companhia,

Abriria o seu reduto ao perceber a tirania.

Devolva-me as palavras,

Devolva-me a voz,

E também meu desatino,

Me traga os meus papiros,

Que com as penas resolvo eu,

E delas faço, e delas grito.

Fermentam os pensamentos,

E crescem ao ser constantes,

Polissílabas ou monossílabas,

se esxpressam e descobrem gentes,

Derrubam os antigos cetros,

abrem os caminhos certos.

Devolva-me o sentido,

Devolva-me.

Devolva-me minhas palavras,

Devolva-me.

Que delas não mais me perco,

E dele não mais me afasto.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 06/10/2021
Reeditado em 07/10/2021
Código do texto: T7358104
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