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O meu erro foi acreditar nas minhas tropas.

O meu sentido de vontade destruiu-se de imediato no momento em que vendeste a tua alma naquela esquina e, apenas me movi pelo ódio, pela soberba das rimas com caixões, as guerras em surdina e o sangue a jorrar como se fosse uma festa de aproximação.

O meu erro foi anestesiar-me com a primeira vitória, quando o charme da destruição apenas chega depois dos problemas de Bristol, mesmo naquela esquina onde vendeste a alma, com o charme de me amares cada vez mais.

Talvez tudo seja outro sonho, onde as flores de lótus sejam o veneno que te impede de sair do pântano.

O meu erro foi assumir que virias ao meu encontro de outra maneira. Sorriste e a seguir cumpriste o teu ódio. Os caixões cintilam para alegria dos que te levam.

Fechado no pior dos erros, corpo mutilado, filme de terror sem inspiração, sigo como alma penada entre a corrente eléctrica que possa decapitar mais alguma força criativa, algum dom curativo que ao comum dos mortais não seja mais do que um logro.

O meu erro foi não te ter avisado que as contas pagam-se entre a materialização e as transições rápidas de almas.
Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 05/10/2021
Código do texto: T7357112
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