dias sem sentido
Um mendigo catava garrafas vazias na praça. Sai daqui, espectro pantanoso, eu quero ficar sozinha. Não, parece que ele está vindo em minha direção, talvez para pedir alguma coisa. É melhor eu ir para casa. Não há paz em lugar algum. Estou tão cansada. Esse cansaço está sempre comigo, mesmo quando estou descansando. Eu vivo como se cumprisse uma pena de prisão.
Parece que logo mais tudo vai mudar, começará uma nova etapa, e então serei outra e poderei me alegrar com a vida. Mas tudo isso pertence ao futuro. Por enquanto, sempre a mesma tortura. Fico esperando, mas o futuro nunca chega. Agora, como de costume, vou tomar um café da manhã insosso e me mando para o meu trabalho enfadonho, onde de novo vou espremer de dentro de mim resultados que outro alguém precisa, não eu. Mais um dia de vida paralisante e sem sentido...