GOTA DE ORVALHO
Era uma vez um cavaleiro andante
Atrevido contador de histórias
Que apesar de feliz
Teve alguns reveses na vida
e durante um tempo
que foi muito tempo
nem namorada tinha
Via os anos passando
A fé e a esperança corroendo-o
Até que um dia acorda
Cheio de energia
Uma nova estrela surge no céu
Era uma bela fada sorrindo
Toda ela era luz
Uma luz divina
Aí percebeu
Que um tesouro se aproximava
Seu coração rejubilava
Sem saber ao certo o que se passava
Mas só podia ser
O que tanto ansiava
Até porque sonhando
Ouviu uma voz doce
Que lhe dizia
Eu sou tua
Podes roubar todos os beijos
Sim todos os beijos que desejares
Aí percebeu
Que essa musa inspiradora
Ou fada rainha
Nascida de uma gota de orvalho
Clara e brilhante
Ainda que timidamente
E algo confusa
Mas muito carinhosa e amorosamente
Já caminhava a seu lado
De mãos dadas
Entre o Sol e a Lua
As Estrelas e a Terra
Agora transmutada nesses olhos verdes
doirados transparentes
Mas também azuis e cinzentos cheios de luz
Que sentem os braços do cavaleiro
O seu corpo
e a sua presença tão intensa
que a fazem sentir tão perto
e querer ser sua
Numa longa viagem
Para um destino comum
Deixar este planeta mais belo
Mais harmonioso e em paz
Tudo se notava
Nos abraços mais ternos
Nos beijos que sempre recordarei
Como os mais doces
Os mais românticos
Autênticas pérolas sensuais
E num coração de ouro
Qual estrela maior do céu
Irradiando faíscas de amor
O amor mais genuíno
Que alguma vez existiu
Entre os seres humanos
Policarpo Nóbrega