À minha ilusão
A ilusão,
Esse corpo etéreo que conforta e seduz, que irrompe os quartos e cavalga nas sombras suportando as dores,
Que reluz amores
Na imaginação
A fantasia estranha, prisioneira de um rei decrépito que brande a espada e enriquece a sós, que a vida ceifa, que colhe a seiva daqueles que sonham
Aquele que deseja, que brilha em vida e ecoa entranhas, padece da sanha do tirano impávido aguardando em ânsia o alvorecer
Vertiginoso é o olhar do sonhador, que insiste em pulverizar as mágoas dos amores antigos, que traça presságios e dedilha signos para reviver os teus dias
Quisera eu, como Ícaro, criar asas e voar novamente ao teu sol, só para cair no abismo de nuvens estrelas, e mais uma vez ser pássaro,
ser homem,
ser astro,
ser teu.