Maturidade
Maturidade
Difícil mudar, crescer dá trabalho
Abandonar, deixar de lado
velhos hábitos
A meninice de outrora, a infância que perdura, birra, o ego exarcebado.
Cheios de vontades vamos seguindo, estamos confortáveis em nosso recinto
Difícil abrir os braços ao desconhecido
Depois da dor, sair da clausura,
Rasgar-se e enfrentar a maturidade
Um caos arrebentando nossas estruturas
Abandonar a casca, mudar a pele dos pensamentos, ser de fato, e não parecido.
Esquecer-se do que está a volta
E olhar mais pra dentro
Redescobrir-se
Reinventar-se
Refazer-se mesmo no sofrimento
Transformar a pedra bruta,
Às custas de muita luta
Um caminho solitário, de lágrimas que rolam, de conflitos que apavoram.
Das mulheres que são moldadas precocemente, dos homens que teimam, que lutam pra não crescerem
Porque crescer dói, fere, corrói
E a mulher? Tão habituada a dor
Homens evitando essa tão temida dor.
E eis que ela chega como um furacão
Arrebentando as portas de todas convicções
Mudando tudo de lugar, cedo ou tarde pra todos ela há de chegar
Colocando-nos contra parede
Chamando cada um a sua responsabilidade, é preciso brutal coragem, de assumir, de enfrentar, de ir contra vontade.
Porque dela ninguém escapa, a dura vida nos obriga a mudar
Moldar-se a tão temida maturidade.
Homens e mulheres, cedo ou tarde ela vai transformar.