Me desenhe a chuva hoje
Me desenhe a chuva hoje, quase invisível, oblíqua. Você vai passar descalço junto com o vento. Abra todas as janelas dissipando a escuridão imóvel do aço, onde jaz, nas garras do inverno espinhoso, um doente esquecido. Escreva, das terras dos sonhos quentes, duas linhas na imensidão astral para correr das algemas frias com todo o seu coração. Sussurre a senha mágica. Eu vou olhá-la, acredite em mim. O impulso vital está abrindo lentamente a porta meio apagada. O mundo passa voando por mim surdo, alheio e fantasmagórico, voltando a cubrir novamente o éter infinito com tolices.