Cuidemos das Crianças! O que estarão semeando?
Quando saía da escola, chegou até a mãe, acompanhada da professora.
Amiúde, ocupou seu lugar, quieta. Diferente dos outros dias, não sorriu, estava cabisbaixa.
A professora, foi logo adiantando, a pequena tinha sido vítima de gracejos dos amiguinhos, alguns, que fizeram algazarra e piadinhas ao saber que a mãe da florista era cadeirante, que havia se posicionado na ocasião, fazendo o que deveria para resolver a questão.
Tão pequena! Tão pequenos! para serem personagens da vida real em um drama.
A florista pequenina, depois que chegou em casa, como querendo esquecer da dor, disse que jamais concordaria com os amiguinhos, fazer tamanha brincadeira de mau gosto, que mesmo cadeirante, era a mãe melhor do mundo. A voz era trêmula, de indignação.
Que não teve jeito, no meio do desaforo, do jardim da escola, foi para a sala de aula ficar quietinha. Disse que suas lágrimas começaram rolar sobre a face, em silêncio.
Momento em que, chegou a professora perguntando o que havia acontecido.
Disse: " Contei para ela mamãe!
Ela reuniu toda sala, e disse um pouco de sua história, que eu fui muito aguardada. Sou especial. A senhora também.
Mãe e filha, em casa, se abraçaram ternamente.
Mamãe disse à filha: Se isto ocorrer novamente, diga a eles que nós duas somos muito fortes, juntas. Que eles não conhece-nos, muito menos a nossa força. Que vem de dentro.
Nesta manhã primeira da primavera, a florista , que pode estar aprendendo alguns segredos da vida.
Levantou mais cedo, feliz. Com a cantiga comemorativa da estação nos lábios, colocou sua tiara de rosas, quis ir mais cedo para a escola. Era festa da primavera.
Márcia Maria Anaga( Direitos Autorais Reservados, publicado no site recanto das letras)