O Lírio solitário e a primavera

No âmago do meu ser brota uma flor inocente.
Ela não sabe que é insistente nem tampouco rejeitada.
Mas a sua ingenuidade não a torna menos forte
nem a transforma em coitada.

Antes pelo contrário, pois seu florescimento perene, cíclico
e quase ordinário, a torna firme e constante.
Símbolo do mais fiel amante que de tudo é capaz.
Bandeira de fé que traz a harmonia ao ambiente.
De tão branca iridescente é o estandarte da paz. 

Flor singela e delicada, tão linda quanto é tenaz.
Brota forte e solitária e a sua força rara,
se expande e reverbera fazendo pulsar meu coração.
O cheiro que ela exala como uma flecha resvala,
se apruma e delibera sua mira e direção.
Segue na mesma velocidade que orienta a sua saudade,
​​​​​Vai à procurar de amizade, luz e consideração.

Flor que se torna frágil e simplesmente amarela
se houver escassez das águas.
No seu semblante penitente fica murcha e descontente
aparentando suas mágoas.
Morre se falta-lhe o amor, o companheirismo e a ternura.
Pois se alimenta da doçura do carinho e da atenção.
Guarda o néctar da quimera e ao despertar da primavera
se reveste da estação. 

Flor de cerne sempre altivo busca sempre dar motivo
de orgulho e devoção.
Quando brota no canteiro clara e bela por inteiro chama à contemplação.

Este ano ela renasce e traz consigo o novo enlace do vigor primaveril...
Doce, terna e gentil, como já fora outrora.
Brota em meio às outras flores se enchendo de luz e cores
e mandando a tristeza embora.

Adriribeiro/@adri.poesias
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 22/09/2021
Reeditado em 24/09/2021
Código do texto: T7348358
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