É guerra
É guerra!
Marias, compostas de urgências
almas intrépidas
que lutam pela sobrevivência
No clamor da poesia
expressam fome de vida
expressam fome de justiça.
Que unem as mãos em perfeita
união, mesmo nas assimetrias que arrastam a multidão.
Marias que chamam os miopes de coração,
trazem à tona a falta de amparo, a falta de zelo, falta de abrigo, a falta de pão.
Falta um olhar apurado
falta um espírito inabalável
Falta a fé num tempo que agora,
são nada mais que estragos
falta um grito pelo fim de uma guerra sangrenta, de gosto amargo.
falta a ciência e consciência
que hoje são nada mais que estatísticas de números irrefreados.
Falta a mão estendida, àquelas que definham em sangue, suor e lágrimas
Diante dos dissabores e emoções estáticas.
Marias unidas por aquelas que perderam suas vozes, diante dos seus algozes
Marias prontas pra guerra, no peito uma prece sincera, como na antiguidade, e agora, por esse tempo de tantas maldades...
Falta amor;
Falta respeito;
Falta hombridade
Não há poesia nesse massacre brutal, não é poética essa constatação crucial de varrer pra debaixo do tapete, a sujeira por trás da dita perfeitas uniões, das prisões até que a morte os separe, até que o mais "forte" faça parar seus corações.
É até a morte! roubam-nos a dignidade!
O pacto de fidelidade, hoje em
sua maioria, é uma realidade fatídica, daquelas que doaram suas próprias vidas, silenciadas pela impunidade, pela falta de quem levante a bandeira contra essa cegueira das autoridades.
Marias, em união, em guerra, até que nossas vozes ecoem em alto e bom tom,
clamores de veemente sororidade, contra tudo e todos que nos roubam a liberdade.
Heterônimo: Maria Mística