Pontos secos.

Secura que incomoda

É crise que se prolonga

No meio do mesmo prazo,

Pinta o grave com rigor.

Desce apressado do seu reinado,

Por ser do povo amendrontado.

É pela tosse que se esconde,

E pela poeira que se irrita.

Abre os olhos, por insistente,

E apavora sua própria sorte.

Não vê paz, enxerga claro,

Escuta a vida e engole o choro.

Se disfaz no seu torneio,

Abre o si, e se diz louco.

Não comove coisa alguma,

Se distrai em pensamento.

Se socorre desespera,

E vê no povo desalento,

Quando as águas já não caem,

Os pequenos também não brincam.

Pegam os copos e pedem água,

Ficam quietos sem desatino.

Pois com sede já não dormem,

Espera só que o gigante acorde.

Desce a água, abre a torneira,

Poeira seca que escorre.

E por ser tão fina a terra,

Que se cobre o pequenino.

É por deixar tão triste os Deuses,

Que se vive em tal tormento.

E se joga seus desvios

Incrimina o pensamento.

Mas de pena dos pequenos,

Ou por pura compaixão , ´

É que manda descer seus pingos,

Molha os risos e o sertão.

E o homem que se acha esperto,

Cada vez mais compreende,

Que não adianta ter a prata

De pouco adianta ter sorriso,

Se o mundo se vende aos leigos,

E espalha pelas ruas

A suja ideia do egoismo.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 20/09/2021
Código do texto: T7346856
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