Pontos secos.
Secura que incomoda
É crise que se prolonga
No meio do mesmo prazo,
Pinta o grave com rigor.
Desce apressado do seu reinado,
Por ser do povo amendrontado.
É pela tosse que se esconde,
E pela poeira que se irrita.
Abre os olhos, por insistente,
E apavora sua própria sorte.
Não vê paz, enxerga claro,
Escuta a vida e engole o choro.
Se disfaz no seu torneio,
Abre o si, e se diz louco.
Não comove coisa alguma,
Se distrai em pensamento.
Se socorre desespera,
E vê no povo desalento,
Quando as águas já não caem,
Os pequenos também não brincam.
Pegam os copos e pedem água,
Ficam quietos sem desatino.
Pois com sede já não dormem,
Espera só que o gigante acorde.
Desce a água, abre a torneira,
Poeira seca que escorre.
E por ser tão fina a terra,
Que se cobre o pequenino.
É por deixar tão triste os Deuses,
Que se vive em tal tormento.
E se joga seus desvios
Incrimina o pensamento.
Mas de pena dos pequenos,
Ou por pura compaixão , ´
É que manda descer seus pingos,
Molha os risos e o sertão.
E o homem que se acha esperto,
Cada vez mais compreende,
Que não adianta ter a prata
De pouco adianta ter sorriso,
Se o mundo se vende aos leigos,
E espalha pelas ruas
A suja ideia do egoismo.