Esquadrias e ventanias
Assim passou o vento sem dizer a cidade
que passaria, Paraguai, Argentina...
Senti e não pude toca-lo,
tentei segura-lo, não pude, era forte
másculo e eu minúscula à um grão de areia,
quem sabe poderia ter pego uma carona.
As folhas no pé de uma árvore balançavam
no ritmo do mestre sem corpo, sem rosto
Seu beijo frio toca- me a face,
amoroso frio onde os meus olhos não viam
a cor dos seus olhos, ou dos seus cabelos;
passou por mim com o tempo em algum lugar
poderia ser um passeio, ou meio assombrado
desespero,
sem hora marcada, sem ponteiros.
A janela das estrelas no vao da noite
escuta o silêncio do vento
Cantando a
música sem maestro, acordes,
na madrugada a fora....
Pode ser um passo, passado e eu aqui
abrindo a janela com meus braços,
Senti, senti, senti
Ventania soprando nas laterais da vida
minhas esquadrias, nos trilhos curtos
da madrugada fria, ninguém me via,
só eu sentia.
Aos olhos alheios sou poesia, leve
ou peso nos pés do mundo.