Devaneios de seu próprio ver
Por qual motivo te atormentas?
Pela vida que não é vida?
São os preços que são mostrados?
Ou são as rugas imaginárias?
Se reconheces seus passos,
Se verifica seus marasmos,
Se pondera seus anseios
Levanta-te e vá.
Lá no meio dos mesmos morros,
Bem na paz de seus cansaços,
Ruminam os mesmos sonhos,
E flertam com o mesmo acaso.
Vende a prata e a moeda,
Troca os fios por platina
Verifica o tempo seco
E percebe monotonia.
Mas se cresce se deleita,
Não se esquiva sua memória,
E das sempre mesmas letras,
Que se lembra das mesmas prosas.
Não é o velho calado,
E nem mesmo a sabatina
Não reconhece o passado
Pois dele nem mais se esquiva.
Por qual motivo te atormentas?
Pelas palavras que não são ditas?
Com o brincar dos seus pequenos?
Ou pela quietude de sua premissa?
Se enxerga sua cegueira,
E se abre os seus ouvidos,
Recupera o objetivo.
Atentem-se e vê.
Pois se por hora não tem sono,
E não pretende descansar,
Se esquive do abismo,
Coloque-se em seu próprio par.
Por qual motivo te atormentas?
Pelo tamanho de sua glória?
Pelos achismos de seu clã?
Ou por sua inatividade?
Se reconheces seus dizeres,
Se escuta seus próprios gritos,
E entende seu "necessário",
Mova-se e faça.