A.
Quando uma ideia se apossa de você, não há nada a se fazer, a não ser… A não ser verter, por todos os poros, suas exigências e encontrar uma maneira de viver com isso. Quando esta ideia tem a geografia de uma mulher, uma que lhe confere todo o caleidoscópio de seus ideais, aqueles mais abissais, que só existem para catapultar a realidade a um lugar ermo e remoto, as urgências são epítomes de insanidade, paroxismos de obsessão, pináculos de apetites!
Diante disso, disso que ressuma pela pele vazada, que escorre assombrado entre as lacunas do bom senso, que goteja, denso, quente, pelos orifícios da tez arruinada pela filarmônica das pulsões mais primevas, diante disso, uma mulher que encarnou seu Mefistófoles, rasgando o Fausto que você nunca foi, diante desta mulher não resta nem mesmo uma maneira para encontrar um jeito de lidar com a ruína e o suborno.
Do que? De que? Exatamente!
Quando, se, esta mulher ideia ideal, este fantasma estético, lhe aprouver uma reposta, quem sabe há de se ter alguma paz. Ou, uma guerra pela tranquilidade que não mais fará sentido.