Ponteiros do tempo.
Me veio a mente uma passagem poética de Mário Lago, " eu fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo...nem ele me persegue nem eu fujo dele".
Fato, absoluto!
Viver é um malabarismo cotidiano entre tempos reais e verbais- se mesclam passado e presente deixando incalculável o futuro.
Sim , tempo nos coloca num trapézio entre passados incompletos, amanhãs incertos e atuais momentos ora coloridos- ora em negrito.
Vivemos na corda bamba entre tantos ponteiros que só provam que " o tempo não compra passagem de volta" e seguir adiante é sempre urgente no presente.
Paradoxalmente como já disse outro Mário - o Quintana " o passado não reconhece o seu lugar, está sempre presente".
Dessa forma seguimos sempre sobre os trilhos da viagem chamada vida, ora entre paisagens floridas e sob manto de estrelas, ora em meio a temporais da alma.
O tempo passa rápido em compasso frenético, quando fechamos os olhos no ontem já os abrimos no hoje, vislumbrando o amanhã.
Somos meros coadjuvantes no balé dos ponteiros, dessa forma " viver e não ter a vergonha de ser feliz" é a melhor receita.