Somos mais
Sempre houveram lutas...
Perdas e ganhos, batalhas travadas
Carne rasgada, coração que sangra.
Sempre haverão glórias
Sempre haverão vitórias
Pequeninos tesouros guardados, quase ocultos nos caminhos que temos que trilhar
Sempre haverão escolhas... as que queremos, e as que devemos fazer,
as escolhas...tão constantes, às vezes tão cortantes, como o fio da espada que nos fere, nos mata tantas vezes.
Houve um tempo de ilusões, descobertas, paixões, houve tempo de danças à beira da fogueira, à beira do caos de nossos tropeços, e por vezes trôpegas, nos arrastamos, inspirando o ultimo fôlego, tentando seguir mesmo em pedaços, defendendo o estandarte dos fortes, por que é assim que somos, Marias... e continuamos, tentando manter acesa a chama da vida, com toda coragem, não aceitamos a prostração, não nascemos pra isso não.
Haverão tempos de noite de lua cheia, céu estrelado, melodias, alegrias...
Mas hoje o momento é de reclusão, porque é necessário calar, e deixar falar a voz do coração, é necessário a ausência, a dor, o abandono, até mesmo o engano, para voltar ao ponto de partida, começar do zero se for preciso, é momento de preces e reflexão.
É preciso fechar os olhos, é preciso fechar os ciclos...deixar a alma se revestir de todo conhecimento oferecido,
de aprender com os próprios erros.
É preciso desbravar outro universo, oculto, esquecido, que habita do lado de dentro, que anseia por ser liberto.
Hoje, nesse momento ao invés de sorrir, algumas Marias choram, nem sempre por fora, mas choram em seu interior, como crianças diante do pavor.
Hoje, algumas Marias não conteplarão o céu estrelado, não festejarão um dia de glória, não serão afagadas em meio às derrotas...
Hoje algumas de nós contemplarão o céu enegrecido, de nuvens densas, o ar pesado, o ar escasso, hoje o coração nada mais é que uma triste canção, uma noite sem lua, um vazio grotesco no coração.
Mas somos Marias, não nos rendemos, buscamos alento nesses fúnebres momentos, hora de reencontro, de reflexão, de buscarmos a nossa força que sempre habitou do lado de dentro,
Porque somos intensidade em todo nosso sentir.
Não somos meros rostos bonitos, em forçados sorrisos, pra esconder a dor que dilacera o coração aflito.
Somos mais, na alegria ou na dor, na tristeza ou no sorrir.
Heterônimo: Maria Mística 🧚♀️