FORÇA

As estrelas caíram escurecendo o céu e eu nem tive a chance de fazer um pedido.
O dia amanheceu desolado.
Os pássaros cantam tristes e as nuvens choram silenciosamente.
O que houve com o tempo?
Por onde andam as exuberantes cores do arco-íris?
As flores perderam o viço.
Os ninhos foram alagados.
Não vejo mais o horizonte, de vergonha ele se esconde atrás do manto nebuloso do acaso.
Talvez minha sorte esteja atolada noutro coração.
Que sina!
O universo resolveu fechar para balanço, logo na minha estação.
Marte deve estar mesmo revoltado, vive no vermelho.
Mas que culpa eu tenho no desalinhar dos planetas?
Se a gravidade atrai as constelações, não me seria proveitoso ter um dia azul?
Mas não!
A ampulheta zomba do caos e me deixa mal, preso num espaço/tempo longe de mim mesmo; enquanto o universo gargalhada do meu esforço, que em meio a tropeços escala a montanha vagarosamente rumo ao topo.
Ah! Se o cosmos pudesse ao menos enxergar o poder de uma simples molécula, ele pensaria duas vezes antes de sacanear o meu destino.
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 03/09/2021
Reeditado em 03/09/2021
Código do texto: T7334302
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