O Parque e o Circo
No parque da vida de cada um existe o choro de alegria ou de descontentamento.
Quando estamos no topo da roda gigante somos poderosos e vemos os outros seres tão miúdos e pequenos.
Quando surgem os fantasmas no passeio do trem lembramos-nos de nossos medos recônditos e lamentos;
O carrossel é um passeio lúdico e lírico em que fantasiamos que nada mais existe, somente aquele momento.
Transpondo-se para a rotina diária, a vida é como o parque e o circo, pois há momento de pico e estagnação, como a roda que interrompe sua rotação, de riso com os palhaços animados, e de indignação, de se deixar levar pela correnteza ou de impor sua condição.
Em brinquedos mais arriscados, como nossas atitudes irrefletidas, o medo atrai, jorra adrenalina no coração com a presença do pseudo-perigo, como o trapezista que teme cair precipitando-se ao chão mesmo havendo uma rede de proteção.
Nesse sobe e desce de emoções alguns homens seguem vivendo, assimilando os melhores ensinamentos, outros que bebem cada segundo cientes da não-retroatividade do tempo neste mundo e só vivem minuto a minuto, nada para estes restará, apenas pensam serem astutos. O tempo é como o carrilhão que anuncia as horas passadas em sons melodiosos e compassivos, e esse tempo, caso não seja bem aproveitado e refletido, restará inútil e perdido, não valendo nem o preço do ingresso adquirido para o parque animado e o circo colorido.