Os sussurros das crianças no pátio ( Esse tal mundo que ainda existe)

Os sussurros das crianças brincando no pátio,

Muito distantes, assim como antes.

Longe da masmorra, da corda no pescoço dos fracos,

Da faca afiada da discórdia.

Mas esse tal mundo ainda existe,

Espedaçado, cheio de concreto.

Homens com suas pastas de executivos

Meninos com suas armas automáticas.

Os olhos vendados, a inalação da pedra,

A perda de si mesmo, os valores são os teores que ainda restam.

A roupa rasgada para os poucos é o sinal da luta, para os muitos apenas a miséria.

Os sussurros das crianças brincando no pátio,

É a exibição da disposição, o faro da disputa.

Que um dia vira luta, em segundo tudo isso acaba.

Não saia lá fora sem proteção,

Cuide bem das moedas tiradas dos cofres, mas nunca volte.

Sem nada nas mãos, tem liquidação na esquina,

Tudo a preço de pão dormido.

Mas esse tal mundo ainda existe,

Informatizado, cheio de devoção.

Moças com suas bolsas cheias de pertences

Meninas com suas bolsinhas e caras maquiadas.

As mercadorias estendidas na calçada

As crianças descalças, bêbado sem a calça.

Caixão sem alça.

Os sussurros das crianças brincando no pátio,

Incomodam os senhores nas suas poltronas reclináveis,

os velhos no asilo próximo a escola, o advogado que estuda a causa perdida.

Saia da escola e siga seu caminho,

Não pare com qualquer “um”, não aceite “coisas” de estranho.

Não acompanhe seu amigo mau elemento, não mude seu trajeto.

E venha direto para casa.

Filhos criados e “prontos”

Agora expostos todos agora pertencem.

A esse tal mundo que ainda existe.

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 11/11/2007
Reeditado em 26/01/2010
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