A​ ​MORTE

Quando jovem, pensava na velhice, na morte, temas que nunca me assustaram.

Observava meus avôs já velhos, meus pais envelhecendo e sempre achei o caminho​ ​natural​ ​a​ ​ser​ ​percorrido​ ​pelos​ ​seres​ ​vivos.

Agora que envelheci, continuo aceitando com a mesma naturalidade.

Não fui um homem bonito e, quando a degradação física começou, havia muito pouco para deteriorar.

Em nada me afetou o desaparecimento da "ilusão da juventude”. Não tenho medo de doenças ou da morte. É claro que eu quero aumentar o tempo de vida ao máximo para estar ao lado das pessoas que eu amo, mas a hora de todos, gostem​ ​ou​ ​não,​ ​está​ ​marcada​ ​e​ ​não​ ​adianta​ ​querer​ ​postergar.

Depois de uma vida intensa, onde vivi tristezas e belezas, só resta me preparar para o ato final que eu considero o grande espetáculo do acordar do sonho da vida,​ ​do​ ​despertar,​ ​da​ ​volta​ ​para​ ​casa.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 28/08/2021
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