ESPAÇOS VAZIOS DE POESIA
Há tempos, os lugares ficam cada vez menores, e ter para onde ir tornou-se uma aventura, condicionada por tantas escolhas vazias quanto por espaços impertinentes e incabíveis.
Existe a solidão dos passos acompanhando-me. As setas não mais direcionam a chegada. Nenhuma placa anuncia a parada. Tudo passa cada vez mais rápido e a paisagem parece um risco nesse imenso quadro vivo que compõe o meu viver.
Congestionamentos emocionais, enganos amorosos e perdas circunstanciais preenchem os quatro cantos das escassas expectativas. Os devaneios cessaram e a poesia anda torta, capengando numa embriaguez agonizante, carente de inspirações e contextos coesos, circundando os alpendres contraditórios e degradantes, onde as janelas fechadas, guardam escritos asfixiantes, que aos poucos matam o sentido de qualquer acontecer...