Finda-se em pó.
Havia um caminho
E no caminho se percebia o vento
Do vento se sentia o fresco
E no fresco se esquecia o tempo
Não percebia os relógios
Nem mesmo extensos calendários
Anos se passavam em olhos piscados
E por ser passado, ficava de lado
Se olhasse para trás veria pó
Se olhasse para o pó veria o caos
Importando com o caos não ficaria quieto
Ficando quieto se tornaria pó
Em cada caminho percebe vento
De cada vento sente o frescor
Se sente o fresco se esquece do tempo
Não colore seu tempo com o mesmo ardor
Se os ponteiros continuassem intactos
E se os brancos não permeassem o topo
De certo que as rugas não visitariam
E o passado seria só pó.
Mas se o pó sumisse com o vento
E se o caos não causasse espanto
Ficaria inerte em seus planos
Perpetuaria crasso estado insano
Por ser do pensamento à semente
Por carregar no caminho seus planos
Fica o ar, a poeira e o vento
Deixa pra trás o inútil insolente.