Peixe

Eu conheço bem a amargura

Condutora lacrimal

É a salinidade da vida!

Um par de botas desgastadas

Obriga a rota repensar

Rio particular , meu aquário ,

Não ensina

Os atalhos da luz.

Conhecer a dor

Dentro e fora deste casulo

Um pinguinho de bem

Distante da amargura lacrimal .

Conheço o sal destes dias!

Recordo a criança

E seu mundo sem abalos.

Era assim, antes das botas desgastadas

De percorrer léguas ciganas

Havia felicidade

Na vida de aprendiz.

Para chegar a outra margem do rio

Da extinta tribo indígena

Deixou de ser principal a vida

Vou de bote salva vidas

Não grito só por mim

Neste tédio acampado .

Na falta de dias comprometidos

Do cuidador maior deste pais

A uma desconcentração de consciência.

Fome, a perseverante !

Na Amazônia descampada

Uma dor ou acidente

Todo tipo de arma presente.

Dos inimigos apoiados na lei.

Eu quero um aquário perfeito

Chega de sentir dor no peito

Chega de cercanias profanas

Ração e drogas ,

O oceano é melhor que isto

Quero ser como meu signo

Voltar ao mar

E morrer feliz

Sabendo porém que matarei

A fome de um século.

CitediniAmmani
Enviado por CitediniAmmani em 15/08/2021
Código do texto: T7321146
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