O rio que flui
Queria ser João Cabral e palavrear o rio.
Queria dizer a beleza da vida e des-pensar ela.
O rio que flui e o que deflui é de nós,
rio amarrado ao coração valente
que jorra nas lágrimas da refletida existência.
Existência de ferro, chumbo e nuvem.
Pré-existir e resistir.
Assim somos nós,
amarrados de mãos dadas
como previu o poeta,
sem soltar a mão de ninguém.
Mãos, braços, beijos e abraços.
Leoni canta assim...
Nossas torções falhas,
nossa fala e falha,
nossa vida indiscrita.
Eis-me aqui, ecce hommo.
Há que se reinventar esse novo mundo,
esse universo paralelo,
o tratado da sociedade alternativa,
socialista e comum.
Teremos enfim, paz.