MAIS UMA VEZ...
Mais uma vez aqui estou à ver os navios chegando e saindo deste cais, levando suas cargas de mercadorias, tais, juntamente com saudades deixadas nas partidas e trazendo saudades ao ponto do porto de suas chegadas...
E vejo os andorinhões saindo à procura de peixes e chegando com eles no bico para alimentarem suas crias, e assim me distraio da solidão sentida neste momento monótono meu intríncico...
E vejo o movimento de trabalhadores no porto, e me recordo de quando era um deles, e entrava e saía dos navios, na conferência das cargas à serem carregadas e descarregadas, ahh, que tempinho bom àquele...
Hoje, aqui, neste mesmo lugar de que passei boa parte de minha vida, só me resta ver os navios chegando e saindo, carregados e descarregados, e os andorinhões indo mar à dentro e trazendo o alimento de sua prole...
Ahh, que tempo ruim esse que agora vivo, solitário, longe da família e dos amigos, o que pode me acontecer é de ir parar em algum asilo por aí, devido se passar por um indigente que mora no cais do porto e nada divide de si com ninguém pois nada tem à se oferecer, à não ser, atenção e respeito com quem se aproxima de mim raramente...
ESTOU SÓ, COMIGO E COMIGO MESMO,
NO CAIS DESTE PORTO, À ESMO...