Suavidade
É, a suavidade existe e sacode o mundo. Na calma que lhe assiste, na serenidade que lhe contorna. Na aparente lentidão, torna-se carícia, mesmo quando nos diz não.
E que não confundam suavidade com tolice, com santidade, generosidade, caridade, ingenuidade, fragilidade ou babaquice. E talvez, seja tudo isso. Mas, o que se sabe é que a suavidade, é toda sutilidade em deixar ser e ver por si. É espelho muitas vezes, nas asas que nos concede, no sopro que nos refrigera por libertar e nos permitir, ver que todas as amarras apenas em nós há e só nos cabe admitir e então, soltar.
Suavidade é o que é, não se põe a revelia, por nada ou qualquer coisa, que dirá por covardia. Ela se faz ver e mesmo sem entender, mas com calma, suave nos presenteia com harmonia. Acolhe todo brado, agitação ou correria. E sorri ao mundo por esta aliança, desses teus e todos os lados. Ela sabe e vive o que também é ela, nestes, que se mostram ao contrário. Acolhe e jamais nega suas parcerias.
Suavidade vem feito brisa, nos solta quando abraça, erguendo em honra nossas asas. Não há esforço na suavidade mesmo quando lhe tentam usurpar a existência, em si e por excelência, apenas se mostra pra dizer, de outra face em nós, esquecida na negligência.
O difícil é suportar tal complacência, afinal, é muitas vezes, ousadia ou irreverência desta tal suavidade, esse tom tão sereno, de falar. É assim que então deixamos, abandonamos ou quem sabe, somos convidados a nos retirar. Afinal, a suavidade não se impõe como esperamos, guarda em si quase uma indiferença, se não fosse o seu legado sempre nos lembrar:
- sacode o mundo às avessas, fiel a uma coragem de olhar nos olhos e encarar, com tanta claridade que não nos deixa virar o rosto e fingir que ela não é ou não há.
Kátia de Souza - 01/08/2021