A Partida
Prosa Poética
(3ªParte)


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Antonio ficou com Branquinha e os três filhos Jeremias, o Primogênito, Jonas o segundo e Jasson, o que acabara de nascer.
Os quinze dias passaram depressa para Branquinha, mas pra ele creio que foi uma eternidade, pois ele deixara alguém por quem ele se apaixonara. Com certeza ele não contou á ninguém, mas as atitudes dele, sempre quieto, absorto em seus pensamentos, deixara Branquinha desconfiada.
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  Se é uma coisa que a mulher percebe logo, é a presença de outra mulher na vida do homem que ela ama. Bobo é o homem que pensa que engana a mulher.                                                                      1501772.jpg
Todas as mulheres teem um sexto sentido e na maioria das vezes bem aguçado  e, Branquinha ao observar seu esposo e prestar atenção nos casos que ele contava, já tinha quase a certeza que tinha outra mulher na parada.

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Chegou o dia da partida, até posso imaginar quantas vezes Antonio tirava seu relógio da algibeira, para se certificar da hora que teria que pegar o ônibus de volta á Vila Velha, uma Cidade do Estado do Espirito Santo, separada da grande Capital Vitória apenas por uma ponte chamada Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça,
Por fim partiu. Deixando para trás o seu primeiro amor, Branquinha e os dois filhinhos á porta, ela com o bebê nos braços.
Mas antes de completar seis meses que tinha partido, ele voltou novamente á Pernambuco, á Cidade de Moreno.
Ao chegar, novamente foi aquela alegria. Branquinha e as crianças não cabiam em si de contentes Antonio ainda continuava mudado, diferente do homem com quem ela se casou.
Passaram-se o dias e o bebê completou seis meses, e dava pra perceber que ele se parecia um pouco com os pais. Branco como a mãe, os cabelos castanhos claros como os de Antônio e os traços do pai. Dos três filhos era o que mais parecia com Antonio. Passaram-se mais uns dias e Antonio continuava taciturno e Branquinha só observava.
Logo o pequeno Jasson completou 6 meses. Os filhos de Antonio e Branquinha, eram crianças bonitas, saudáveis, e o bebê Jassom era o mais lindo!
Antonio deixou novamente Branquinha e os filhos, e a cena se repetia todos á porta e o adeus sofrido para aquela mulher que amava tanto seu esposo e creio que o coração do filho mais velho Jeremias ficou apertadinho talvéz em ver a mãe chorando e o pai com uma maleta dobrando a esquina.
Os dois pequeninos Jonas (dois anos) e Jasson (seis meses) não entendiam tudo que estava se passando naquele momento.
Passaram-se alguns meses, e Antonio esqueceu-se de se comunicar com Branquinha. Ela por sua vez, voltou a trabalhar na Fabrica da cidade de Moreno "Societá Contonière Belgo-Brasiliense "S.A". Fabrica essa que mais tarde deu emprego a muitos da família, inclusive os três irmãos Jeremias, Jonas e Jasson.


A Festa

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Antonio não se comunicara e, Branquinha ficou sabendo que ele estava prestes a se casar. Então, enviou uma carta ao Juiz da Comarca de Vitoria avisando que Antonio ia se casar, mas que ele já era casado e passou todos os dados ao Juiz daquela época.
O Juiz, como homem da lei e honesto, procurou por Antonio até descobrir que ele usava identidade falsa. Foram enviados para prende-lo uma viatura policial e seus soldados que lhe deram voz de prisão em plena festa de casamento com uma das moças italianas.

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Na hora que os policiais lhe apresentaram o Auto de Prisão e deram-lhe voz de prisão, ele perguntou aos policiais qual o motivo pelo qual ele estava sendo preso. Os policiais responderam-lhe, por bigamia e falsa identidade.
Ele ficou preso por pouco tempo, o pai da jovem com quem ele se casara, pagou-lhe a fiança e ele se livrou da prisão.
Foi viver com a jovem, certamente alugou, ou comprou uma casa e foram morar.
Conta-se que ele ficou por pouco tempo morando com a moça cujo nome não sabemos portanto vou chama-la de Gloria.
Dei-lhe esse nome, por ele pertencer á justiça e o que essa jovem fez, é digno de honras e glorias para ela e seus pais. Antonio mentira para Gloria e toda a sua família dizendo-se solteiro e que se chamava José, inclusive mostrou seus documentos á família. Ao ser preso, na Festa do seu casamento com Gloria, todos ficaram sabendo a verdade. Quando ele passou a viver com a jovem Gloria, começou a trabalhar e ao chegar em casa á tardinha, encontrava a jovem triste e lhe perguntava o que estava havendo, queria explicação daquela tristeza que de vez em quando seus olhos ficavam marejados e, muitas vezes ela soltava as lágrimas represadas. Até que um dia, de tanto ele insistir, ela criou coragem e falou justo na hora que estavam á mesa comendo. Ela disse: essa comida não é para mim, porque lá no Nordeste tem uma mulher honesta, responsável com três crianças, que talvez a essa hora não tenha o que comer.
E empurrou o prato, sem ao menos provar o alimento que ela mesma preparara. E isso aconteceu por alguns dias e noites, até que o jeito foi eles se separarem. (Continua na próxima).


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Ahavah
Enviado por Ahavah em 04/08/2021
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T7313847
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