Dualidade
Nem sempre quando escrevemos sobre dor necessáriamente
tenhamos que estar sentindo essa coisinha que
tanto nos nos incomoda. Embora a dor seja inevitável
no caminho de todos.
Mas, o que vale mesmo é manter o astral lá em cima.
Abrir em par as janelas e saber apreciar a beleza de uma
cortina balançando ao sabor do vento.
Ou quem sabe ver do outro lado da calçada o sorriso
de alguém e ganhar o dia.
Existem dois tipos de pessoas (?) as bem e as má resolvidas.
Eu, por mim prefiro as não tão certinhas e bem
resolvidas. Gosto das esfarrapadas de almas, daquelas
que perdidas estão à procura de se encontrar.
Combinam mais com meu jeito as problemáticas e não
compreendidas. Quem sabe, essas despertam meu instinto
maternal latente, ou por forla da minha profissão nelas me grudo.
Não gosto das que se julgam invencíveis que vivem para
dizer: "sou feliz" "já achei" ou coisas assim.
Nelas não acredito. Prefiro às que eu possa pedir a mão
quando precisar de ajuda. Ou elas a mim. Com essas eu vou.
Vou com elas nessa estrada de almas com ouvidos apurados-
tentando ouvir uma sonata no mar azul.
Essas são mais ternura, aconchego. Essas eu abraço e
sigo.
Afinal, estamos todos num mesmo barco e, só os que
como eu são imperfeitos agarram a bússola para não perder o caminho.
Na verdade todos precisamos de umas aparadinhas no
ego vaidoso e crente, mas sinceramente certinha certinha
nunca vou querer ser.
A vida perderia a graça e eu a chance de procurar evoluir.