Terra plana.
Em mim tudo transborda e se derrama
Como a imensidão do mar caindo da terra plana
Caindo no espaço como goteira de pia:
De pingo em pingo molha como orvalho de amanhecer
Encharca esta minha distopia
E minha vontade de beber.
Eu fantasio sobre tudo
Não sei para onde vai imensidão
E a verdade das coisas.
Eu às vezes fico quase mudo
Fazendo abstração
Sobre o mundo dos terras planas
Porque este mundo hipotético
Me parece mais poético.
E que me seja permitido esta licença poética...
E só aos petas seja permitido fantasiar a terra plana.
Porque o mundo dos terras planas é mais poético
Mas deve ficar só na poesia
Porque acreditar em tal fantasia
Me parece um tanto como patético.
O poeta pode não ter o compromisso com a verdade.
Mas quando a mentira impera
Tem por obrigação ridiculariza-la.
E tentar trazer as pessoas para a realidade.
Mas em minha poesia insana
Eu imagino a terra plana
E a fantasia só se encerra
Quando me imagino na borda da terra
Vendo um fascista pulando de bungee jump
Sem a corda do bungee jump.
Uso muita licença poética com fascista
Mas não deveria ficar só na licença poética.