Terra plana.

Em mim tudo transborda e se derrama

Como a imensidão do mar caindo da terra plana

Caindo no espaço como goteira de pia:

De pingo em pingo molha como orvalho de amanhecer

Encharca esta minha distopia

E minha vontade de beber.

Eu fantasio sobre tudo

Não sei para onde vai imensidão

E a verdade das coisas.

Eu às vezes fico quase mudo

Fazendo abstração

Sobre o mundo dos terras planas

Porque este mundo hipotético

Me parece mais poético.

E que me seja permitido esta licença poética...

E só aos petas seja permitido fantasiar a terra plana.

Porque o mundo dos terras planas é mais poético

Mas deve ficar só na poesia

Porque acreditar em tal fantasia

Me parece um tanto como patético.

O poeta pode não ter o compromisso com a verdade.

Mas quando a mentira impera

Tem por obrigação ridiculariza-la.

E tentar trazer as pessoas para a realidade.

Mas em minha poesia insana

Eu imagino a terra plana

E a fantasia só se encerra

Quando me imagino na borda da terra

Vendo um fascista pulando de bungee jump

Sem a corda do bungee jump.

Uso muita licença poética com fascista

Mas não deveria ficar só na licença poética.

Eden P Coutinho
Enviado por Eden P Coutinho em 30/07/2021
Código do texto: T7310571
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