Sábias lições
Só se aceita a própria essência,
só se aprende vivendo, sentindo...
o sentido da vida, ainda que nada faça sentido, só se aprende chorando, sangrando, rasgando-se ao meio,
Estranha vida, extrema em ensinar
sofrida, sentida, vivida até o âmago,
sigo aprendendo na solidão, sábias lições,
jamais aprendidas em meio a multidão...
Tantas vezes as efêmeras alegrias tornou-me inocente, incoerente, a não ver o tóxico no caminho, os espinhos que fizeram-me cega perante o que estava explícito...
Estranho aprendizado que jogou-me no chão, vendo diante de mim a vasta solidão me engolir, abrupta devastação.
Aprendo todos dias, transbordando o que sinto, na poesia, volto ao início sem correr contra o tempo, sem máscaras, desnuda de aparências.
Mudo o percurso, refaço, transmuto, transcedo, rasgo, viro do avesso meu mundo, tantas vezes mudo, às vezes gritando por dentro, volto ao início de tudo.
Em meio à escuridão que vejo surgir,
deixo-me guiar por minhas insurgências em seguir de mãos dadas eu e solidão, que ensinam a cada dia, uma nova lição a ser aprendida.