Como anda você?
E aí como anda você? Como está de verdade? Como anda a sua humanidade em meio a tantas tarefas, atividades que um mundo dito moderno e tecnológico nos apresenta?
Vens conseguindo realizar seus sonhos ou mesmo projetos diante de algumas oscilações humanas ou experiências inusitadas que a vida nos oferece? E o ser humano em você, vem conseguindo se expressar mesmo diante dos seus projetos? Será tudo isso inerente a vida humana? É possível separa-los? Como anda você?
O que anda vendo, lendo, sentindo, se dedicando? Como anda os teus, aí dentro e fora, ao seu redor? Tens saudades de alguém? Tem lembranças, cheiros da infância gravado na memória? Tem sinais, gestos ou mesmo olhares que ainda te habita? Sim, como anda você?
Como tens cuidado de ti? Há momentos que desejas estar sozinho e não consegue e outros em que deseja companhia e encontra-se sozinho? O que isso quer nos dizer? A vida fala contigo? A vida fala? Há mensagens que a vida, Deus ou o Universo, nos manda, através das experiências? Sim, como anda você? Seu olhar, o que sentes, o que pensas, o que te entristece e o que te alegra? Como anda você?
Sim, eu quero saber. Aqui também é um humano que vive, pensa, sente e sabe, há sentimentos por aí. Há confissões silenciadas, há dores caladas e até sufocadas. Há cansaços não ditos e nem sempre dando espaço para descansar. É, a vida é mais do que se pensa ser. Por isso, quero, realmente saber: como anda você?
Por essas redes, fico aqui pensando quem será esse ser humano por trás desse cartaz? Quem é e como anda? É, não é possível saber, completamente, plenamente. E em tempos de pandemia, parece que o humano que não abraça mais como antes, não se aproxima como antes, não toca, não vê totalmente as expressões ou mesmo, precisa repetir várias vezes a mesma palavra por traz da máscara para ser entendido, através de uma voz abafada; parece que ele está mais distante. Mas, também tão próximo, pois, poderíamos estar mais perto de nós e nisso, trazer em reflexo tal humanidade. Mas, estamos? É aí esse humano, aqui, por aí? Vê, sente, percebe ele por aqui e por aí? Ele vive?
Você se lembra de ti, do humano aí, dentro? Daquele que se calou tantas vezes para dar vazão a outras coisas e que nem sempre dizia dele em si? Sim, como anda você? Você, não apenas palavra, não apenas roupagens, não apenas aquilo que te deram como nome, não apenas perfil ou página; você, para além da letra, dos nomes, das regras, dos ditos que nada dizem, sobre esse aí... o realmente você. Como anda?
Sim, eu gostaria muito, de saber!
E talvez, esse seja apenas um texto poético-reflexivo, mas é algo que se espelha sobre o tal humano em mim, talvez... ou algo que se espalha sem que vejamos, a tal pergunta: Sim, como anda você, humano? Com pele, ossos, carnes, veias, sangue e alma. Como anda?
Mas, talvez isso seja apenas saudade da tal proximidade em tempos tão modernos e tecnológicos. Nostalgia que se abandona para não viver no passado e não cair na resistência do novo, enfim. Talvez...
... eu, vou seguindo meu traço, meu faro, meu peito em desalinho que se alinha após tantos e tantos passos, por aí, por aqui e por mim, sim. Poemando, refletindo, desejando e criando. Construindo e desfazendo, vivendo o que sinto. É, talvez, por aqui é o que se possa dizer: estou indo!
Kátia de Souza - 27/07/2021