A quem nunca lerá
Oi, como vais?
Hoje me peguei pensando naquele seu sorriso tímido ao descer do ônibus no desembarque da rodoviária onde eu te esperava ansioso. Aquele festival épico, um fim de semana maravilhoso em que desfrutamos da companhia um do outro ao som de Jhonny, OCO, Eddie, Mombojó...
As conversas bobas, as sérias, as tristes. A variedade infinita de assuntos, o compartilhamento do dia a dia (às vezes monótono) de cada um através de mensagens quando estávamos distantes. A nossa conexão de mente, de corpo e alma, fazendo planos para um futuro que nunca chegou.
Tudo bem?
Lembro dos seus cabelos ao vento no nosso primeiro passeio por aquela cidade. O parque, os eucaliptos, aquele banco, o dia indo embora, você, a chegada da noite fria que mal sentimos por conta do calor dos nossos corpos se encontrando a primeira vez e quase nos amando ali mesmo num canto escuro da rua.
As despedidas tristes e os reencontros acalorados e tão ansiados pelos dois. A arte, a música sempre nos unindo, como naquele domingo, numa tarde à beira mar, show de Hooker (outra vez) com muitos beijos pra matar a saudade. Sinto ainda o gosto daquelas noites mal dormidas, afinal tínhamos coisas muito mais interessantes a fazer, sem se importar muito com os deveres do dia seguinte.
Agora o que temos um do outro são apenas essas entre outras lembranças, isso se você ainda lembra de mim.
Beijo enorme e até qualquer hora dessas.