Sem rumo
Na aridez dos sentimentos perdidos,
vejo a poesia escapar por entre os dedos Sinto-me sufocar, um nó na garganta daquilo que não consigo expressar.
Vejo-me definhar à margem dos versos engasgados, perdidos, mutilados
Onde andará min'alma?
Perdi o rumo de mim, tento achar algum vestígio, na poeira dos meus versos.
Perdi-me nos descaminhos em passos trôpegos, em meio à interrogações, divagações, vagando em meu íntimo buscando recomeços.
Em busca de um novo tom que embale minha poesia que hoje são meras palavras soltas que se perderam antes serem escritas.
Mastigo palavras acumuladas sem conseguir engolir, sem conseguir exprimir
Meus pensamentos, a fonte dos meus influxos, tornaram-se um solo deserto, escasso, confuso.
Chego até mesmo duvidar da minha fala, só ouço a mudez em minha alma
Dos silêncios, do frio, do vazios de mim busco uma vaga inspiração, algum afago, ou mera ilusão.
Nos vãos da tristeza, no clamor da madrugada que arranca-me desatinos, às margens de mim, busco encontrar meu caminho.