Não compreendemos o infinito por não o sermos

Sentimos amor, paixões,

Amizades...

Sentimos prazeres, dores,

Sensações...

Sentimos tudo isso e mais inumeráveis outras sem nome próprio,

Pois em inúmeras definições,

Fazem-se, mistério;

Sentimos paz, compaixão,

Milagre...

Sentimos o sublime, e o profano,

Sujo e repugnante,

Vício...

Sim, sentimos tudo isto;

Sentimos a perda do controle que nos ridiculariza, a falta de cortesia pela ira que nos consome,

Tudo isso e mais ainda;

Sentimos a dor de um amor perdido,

A outra metade desde Platão;

A desesperança que nos afoga no trágico,

Que nos faz submergir no dissonante, e no nada;

Sentimos a tragédia ao ler Sófocles

E ao viver os "pequenos" desfechos em nossas vidas, após os clímaces;

Nos iramos com a falsidade,

A inverdade, superficialidade...

Nos achamos justos, nos olhamos defronte ao espelho e não nos enxergamos,

Ao se deparar com a ilusão do ontem;

Somos ridículos em nossa elegância,

Somos ridículos quando desejamos não o ser;

Sentimo-nos petrificados ao olhar o divino expresso na marcha fúnebre,

Como a mulher de Ló ao olhar para trás,

Curiosa...

Sentimos o imenso desejo que nos possui,

O de conhecer...

Sentimos também pois, os lúgubres desejos que nos vilipendia,

Sentimos a oxigenação em nossas mãos,

Hormônios em nosso corpo,

Tais como,

Adrenalina (atirar-se naquele objeto do meu ódio),

Cortisol (cortá-lo em fatias de esquecimento e repúdia)

E noradrenalina (não partir em ação, optar pela reflexão e deparar-se com o avesso da pulsão);

Sim, sentimos tudo isto e ainda mais...

Sentimos pois somos o autodenominado, homem,

A metalinguagem de nossa tragédia;

Sentimos a angústia pela existência,

E a existência, pela ausência, do infinito,

E a incompreensão do infinito,

Pela certeza de nossa finitude.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 22/07/2021
Reeditado em 25/07/2021
Código do texto: T7305008
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