Descoberta

Quem diria que, logo eu, tão dona de mim...

Tão convicta de minha própria vida

Sentiria um vazio imenso, oca de sentimentos.

Desfocada, renegada

Sem o controle de nada, absolutamente nada, ilusões por meu ego criadas

E perdida em meus caminhos, senti minh'alma abatida, cansada de tentar sufocar uma parte oculta de mim.

E cansada de lutar contra o que no meu eu já havia decidido

Cansei-de do vazio de amores fracos,

Da solidão como lar.

Um caos instalou-se em meu coração

Cansada de bater meu peito contra a multidão...

Entendi minha inquieta alma, a debater-se e enfim entregar-se ao seu destino.

De aceitar o meu caminho sem reservas

Aceitei sentir o extremo, já tão acostumada a dor que em mim se instalou, a linha tênue em caminhar entre dois mundos, do prazer que geme em meus ouvidos

O toque sentido na luz das palavras bem colocadas.

Abdiquei do medo e aceitei a alma inteira que a todo tempo desejava transbordar.

Cansada de viver de metades, migalhas oferecidas...apenas metades

Reneguei as flores falsas

Aceitei a empreitada de cavalgar nas asas da verdadeira liberdade

De sentir

De sonhar

De experimentar

De ser exatamente tudo que minh'alma neste caminho determinar.