Em busca de paz

Quero ter o prazer de descansar dos pensamentos afoitos

Sentir a quietude que foi-me usurpada, deixando meus versos desconexos, e minha alma fragmentada.

Quero fechar os olhos e viajar pelos universos, tem-se amontado pensamentos disléxicos, desconexos, carregados de pesares, quem sabe eu possa desvendar outros mundos, pertencer a algum deles.

Ou até mesmo correr livre à margem de outros universos, sentir cada partícula fluir em minh'alma o silêncio que traz-me de volta aos meus versos soltos,  em fazer-me notar antes mesmo que  palavras sejam pronunciadas.

Reviro vazios, numa vaga esperança de encontrar algum sentido em meio ao caos, sou confrontada com meus demônios, degladiado, querendo a paz tão almejada que tornou-se escassa, maldita, tornou-se nada mais que metáforas de histórias antigas.

Tenho cavado o mais fundo de mim ferindo minhas mãos, querendo encontrar os pedaços de mim nessa escuridão.

Respiro, ofego angustias que estão guardadas em minha solidão em meio à toda esse barulho na multidão.

Sobrevivo à tantas ausências, tomada por tantas carências, mergulhada em tantas faltas lutando pela sobrevivência, tentando manter-me de pé, depois que toda tempestade passar...

Já não lembro mais quando olhei o horizonte e sorri de mãos dadas com meus sonhos, sem essa lâmina mutilando, dissecando minh'alma, que tem sepultado a paz dos meus dias, que tanto faz-me falta.