Detentoras da vida
Somos nós que geramos a vida
vidas, sementes plantadas em solo sagrado, como em terra fértil por nosso ventre gerado
Somos as detentoras, propagadoras da grande missão de povoar a terra, de acalentar corações.
Somos o norte, estrelas de uma infinita constelação que guia, que mostra o caminho aos perdidos em tantos descaminhos.
Somos o mistério sagrado à tantos milênios, questionado, denegrido, amordaçado.
...pois tentam silenciar, esconder e julgar aquilo que não podem desvendar, tentam matar as progenitoras de tantos povos e civilizações, tentam limitar, impor idéias para nos impedir de revelar-nos, da maneira que somos, luz e poder é tudo que somos, Marias, um elo místico, embalando sonhos.
Somos as sementes que germinam a terra doente, o equilíbrio que ainda sustenta em meio a esse caos remanescente
Uma palavra de amor que quebra o ódio;
o colo que refaz qualquer esperança perdida nesse inferno caótico.
Por que não aceitar aquilo que não se pode compreender?
Por que nos calar?
Por que nos matar?
Por que quebrar o odre que abriga a vida?
Por que rasgar o ode que inspira tantas poesias?
E ainda que andemos pelo tenebroso caos tomadas pelo temor, pelo pavor, da falsa doutrina de um sistema patriarcal que nos vitima, que nos condena
Somos mulheres de graça sem par, à margem de toda ciência, somos a vida sendo germinada, ante à dor, submersas em lágrimas, pele e alma marcadas,
e mesmo que tentem, nossas pegadas nunca serão apagadas.
Maria Mística