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O olhar inocente
Os olhos inocentes tão distante,
O coração de amor brilhou nesse instante.
Aquela criança não vejo, mas se eu olhar
o quadro na estante,
Posso pinta-la na tela das memórias.
Quantas crianças fiz no espetáculo da Vida?
Piruetas, caretas, sorrisos e o ar de choro,
Bem sei, ou penso que sei.
No quintal que parecia gigante,
as flores podiam chegar mais perto
sem precisar toca-las,
quando vejo uma hoje, tenho que me abaixar.
Elas ficaram longe de mim e,
eu mais perto do mundo,
Cresci e não percebi a criança dizendo:
Estou indo embora, mas estarei sempre
no fundo mágico dos seus sonhos,
Na inocência quando parecer
ser puro e verdadeiro,
a vida em si lhe mostrará , um engano.
Não será isso que fará a criança chorar,
pois a criança consegue ver o mundo de cores,
não sabe ainda que o mundo é redondo,
Qualquer traço é um desenho nos olhos
da inocência.