Agressão moral e psicológica

No início são lindos relacionamentos!

Casais perfeitos. Feitos uns para os outros!

Vem os casamentos. As rotinas... Os desentendimentos...

Primeiro são os amigos. Antes fiéis pombos correios, Seguras-velas, colunas-do-meio... Padrinhos.

Viram só intrometidos...

Não são mais adequados... Tem que ser afastados.

Em seguida são os familiares. Antes apoiadores.

Se tornam desocupados, acomodados, inferiores

(moral e/ou financeiramente).

Visitas inconvenientes... Precisam ser evitados.

Logo chega nos vínculos de trabalho:

"Ganha muito para o que faz" ou "não faz nada demais".

"O chefe tá é de olho" por isso fica ligando.

Melhor é cuidar da casa. Alguém já está trabalhando...

Depois surgem os maus hábitos:

Dos mais significativos aos mais estranhos e repulsivos.

Mas há os que são clássicos: acusações veladas.

Ler é falta do que fazer...

Escrever poesia é loucura... Falta de vergonha...

Continuar os estudos é coisa de quem busca oportunidade para ser safado... Ou, porque já faz algo de errado...

E tem os ataques moralmente diretos:

Você é preguiçosa! Olha essa casa! Não faz nada!

Falta fazer isso, isso, aquilo e aquilo outro.

Sai enumerando, listando, inventando...

Fez o quê todo esse tempo?

Já arrumou mais um passatempo?

Seus filhos estão ficando mal criados. Você não dá educação.

Não ensina nada, não cuida...

Se aparecem machucados foi falta de atenção.

E quando surge o ciúme, (Coisa normal em relações fechadas) ouve-se:

Você não é minha dona! Eu saio quando me aprouver...

Vou aonde eu quiser com quem eu tiver vontade...

O que é que você tem a ver com isso?

Não marquei com você nenhum compromisso...

Estou me sentindo sufocado com suas cobranças...

Seu ciúme é doentio... Paranóico!

Você é louca e puxou a sua família...

Vai acabar só como a sua mãe... Uma rejeitada.

A sogra não é mais "uma segunda mãe ganhada"...

E se o problema é financeiro sobra pra quem?

Você é gastadeira! Desse jeito eu nunca vou poder ter nada.

Fica só comprando besteira...

Você só faz dívidas e eu é quem tenho que me sacrificar para pagar...

Se ela tiver renda própria a coisa piora... Melhor nem citar...

Enfim! O golpe final:

Traições entram para deixar o pacote completo.

No início, tudo muito discreto... Mas depois é jogo aberto...

E as desculpas!

"Feijão com arroz todo dia enjoa..."

Acabam-se as culpas... Precisam espairecer...

Em casa são só problemas...

"Quer que eu fique em casa olhando só pra você?"

Tantos dilemas...

Mas não param por aí...

Na sequência vem os silêncios... Os olhares atravessados... Avaliativos.

E as respostas rudes? Consequências da irritação sem causas... (?)

Em meio às brigas os defeitos são apontados e ressaltados.

Os apelidos aparecem... Se multiplicam...

Todos os outros problemas se complicam...

E geram situações aflitivas... Condutas agressivas...

Ou até ações mais negativas.

Os relógios ficam desregulados... Sempre chegando atrasados...

Num canto da casa calados.

"Ensimesmando..."

Ou, tem sempre um amigo com problemas. Chamando...

Esse tipo de relacionamento hoje tem nome:Relações abusivas.

E na Lei Maria da Penha uma definição clara: Agressões morais e psicológicas.

Elas sempre existiram...

Mas ficaram sem ser diagnosticadas por anos...

Séculos, milênios...

São agressividades cruéis, porém, passivas.

Pois, simplesmente a vítima é, quase sem enganos,

só mais uma das muitas almas cativas.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 03/07/2021
Reeditado em 04/07/2021
Código do texto: T7291799
Classificação de conteúdo: seguro
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