LÁGRIMAS DO ADEUS
Ninguém a viu chegar
novamente ali parada
prostada ao pé do cais
Do horizonte do lugar
nada mais havia em seu olhar
além das aves
além do mar
Pela janela
Fiquei um longo tempo
a observá-la, bela
com seus cabelos longos
ao sabor do vento
deveria ter pouco mais de 30 anos
Ali, imóvel
Indiferente aos ruídos
dos barcos ancorados
dos gritos vindos do mercado
Perdida, sem rosto
entre os retratos de seu passado
A quem esperava?
Ou estaria de partida?
À distância pude sentir sua dor
seu choro, seu coração apertado
Seu apelo silencioso
por mudar seu destino
Sua presença ali, diária
solitária, até o entardecer
Seria lucidez ou desatino?
Somente ela poderia dizer
Mas, se alguém perguntou seu nome
jamais algo se ouviu dela
Por horas ali, trancada em si mesma
mergulhada em um sentimento profundo
que ia para além deste mundo
no que parecia ser aquela
sua última parada
Decidi descer,
para vê-la de perto,
corri escada abaixo
ganhei a rua, a esquina
o cais e acho que a perdi
Corri meu olhar pelo porto
pelo canal
Numa busca inútil e vazia
Não havia qualquer sinal
ela simplesmente desaparecera
Fazia frio,
voltei para a janela
e permaneci ali
sem compreender o que aconteceu
A tarde rapidamente caia
pela vidraça anoiteceu
e a vida seguia seu tilintar
Não mais a vi
Nos dias que se seguiram
fiquei a pensar:
se ela realmente existira entre nós
ou se habitava a sós
a plataforma astral do ancoradouro
estando apenas visível para meus olhos...
Ninguém a viu chegar
novamente ali parada
prostada ao pé do cais
Do horizonte do lugar
nada mais havia em seu olhar
além das aves
além do mar
Pela janela
Fiquei um longo tempo
a observá-la, bela
com seus cabelos longos
ao sabor do vento
deveria ter pouco mais de 30 anos
Ali, imóvel
Indiferente aos ruídos
dos barcos ancorados
dos gritos vindos do mercado
Perdida, sem rosto
entre os retratos de seu passado
A quem esperava?
Ou estaria de partida?
À distância pude sentir sua dor
seu choro, seu coração apertado
Seu apelo silencioso
por mudar seu destino
Sua presença ali, diária
solitária, até o entardecer
Seria lucidez ou desatino?
Somente ela poderia dizer
Mas, se alguém perguntou seu nome
jamais algo se ouviu dela
Por horas ali, trancada em si mesma
mergulhada em um sentimento profundo
que ia para além deste mundo
no que parecia ser aquela
sua última parada
Decidi descer,
para vê-la de perto,
corri escada abaixo
ganhei a rua, a esquina
o cais e acho que a perdi
Corri meu olhar pelo porto
pelo canal
Numa busca inútil e vazia
Não havia qualquer sinal
ela simplesmente desaparecera
Fazia frio,
voltei para a janela
e permaneci ali
sem compreender o que aconteceu
A tarde rapidamente caia
pela vidraça anoiteceu
e a vida seguia seu tilintar
Não mais a vi
Nos dias que se seguiram
fiquei a pensar:
se ela realmente existira entre nós
ou se habitava a sós
a plataforma astral do ancoradouro
estando apenas visível para meus olhos...