Sussurro de asas...
Veio-me em tão rasteiro momento, aquela voz como num suspiro, e até diria que era pelo chão vagando leveza. Sim, era tudo quanto eu podia ver e descrever naquele instante, e a mesma disse que me entrego nas “larguezas da vida”.
Achei graça daquele tom de vó querendo fazer o neto sorrir. E sorri porque sofro de vastidão incompreendida. Incompreendida porque não alcei voos para mente e assim, fazendo nascer o entendimento. Apenas me larguei mesmo em sua amplitude.
Chamou-me “infinita”, aquele rastro de vagarosa mansidão e então, me soltei vestida de asas na imensidão daquele sentido que ecoava junto aos seus mistérios;
nua de “areada pele” - seria assim, que eu diria, se houvesse corpo, aquele canto.
Soube-me mais uma vez me permitindo às perguntas, pois, tudo fazia parte e faz parte de todos os voos. É como encontrar novo cômodo em nossas casas, aquelas que possuem passagens secretas.
Quando já não se prende aos tamanhos das palavras, deixa-se a loucura desenhar a lucidez que nos falta. Por isso, lá estava eu em novo cômodo, dentro de uma passagem agora desvelada, numa voz anciã, sussurrada.
É, não sou dada a intenções estreitas. Sempre fui "a diferente, estranha ou incoerente" e por isso, incompreendi mais uma questão por dentro:
“Por que será que teimam em nos vestir de tantas cores quando de translúcida transgressão, é o que sofremos a todo instante?”
E foi assim que ouvi o ranger de uma outra passagem que se abria naquele cômodo a meia luz!
Kátia de Souza - junho de 2019 (reeditado)
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