No silêncio de teus cabelos
O horizonte em suas distâncias parece puxar o sol, obrigando-o esticar seus raios enlaçados na tarde, enforcando-a devagar. As cortinas da noite logo se apresentarão para fechar a janela escancarada das alturas.
Do teu olhar minam estrelas pelos cantos do céu de tua íris e escorre um luar pelas faces, que em serenidade apanho-o em meus lábios tocando os teus.
O frio brinca sorrindo brisas sobre a nudez em cores das pétalas nos caminhos se prontificando para o escuro.
Nos silêncios de teus cabelos deslizam poesias, entremeando meus dedos, quando os prendo em minhas mãos.
Adiante, as ruas parecem conversar com as despedidas das pessoas rumando de volta para os lares.
Enlaço-te forte e no aconchego dos desejos unimo-nos em prazeres. Teu corpo soletra minhas intenções. Completo cada uma delas nas mesmas intenções tuas. Fazemos amor. Uma, duas, três vezes. E de amores deixamo-nos feitos sempre.
Lá fora a noite tatua vastidões com mistérios e receios.
No quarto, roupas jogadas no chão. Na cumplicidade da cama desarrumada, completamente nua adormeces e os lençóis brincam com teu perfume, enquanto fico com as poesias de teus cabelos, desfiando versos de ternuras.