Meu calar
Em anos de existência, me odeio, por saber que não sou capaz de fazer me sentir amada. Sou um ser que se doa e não se sente doado, que chora pelos mais puros sentimentos sentidos e não sente, a reciprocidade de ter para alguém, enviado.
Ouço minha boca se calar para os ouvintes que se fingem de surdos, que devoram minha paz de espírito, cravando um punhal em minhas costas, me amordaçando no leito de dor do qual me apavora e me distancia a cada segundo de minha temporária existência.
Tinha em mente uma linda viagem de frescor, que hoje atenua numa simples partida sem volta, e acho que isso, já basta para mim. Sou um ser errante, já disso isso, num texto.
Não sei se errei muito, ou se muitos, erraram comigo. São apenas locuções comparativas e de certo modo, um pouco do que sinto da minha vida.