Reflexões de inverno!...

Triste!

Tristíssimo e irreparável seria...

Acaso os nossos familiares, parentes, aparentados

Vizinhos e demais entes queridos...

- Quem sabe nós mesmos... -

...Viessem a falecer abruptamente!

No mais completo estado de abandono amoroso

e psicológico...

...Mesmo quando ali estivéssemos,

nada esporadicamente

Turrões, belicosos, carrancudos e incomunicáveis

Todos assim!...

...Quase diuturnamente "em corpo" presentes.

Triste! Tristíssimo e irreparável mesmo seria

Acaso isso viesse a acontecer conosco...

Sem que tivéssemos com eles convivido

Franca, amorosa e proativamente!

Por um só dia cheio sequer.

Aqui, sinceramente questiono-me...

Ao mesmo tempo em que torço

Para que muitos e muitos humanizados seres...

Não tenham a menor dúvida!

Sobre quais devem ser as nossas esperadas atitudes

Para que tamanhas tragédias psicológicas familiares

Não nos venham também acontecer...

Inopinadamente!

...Num desses próximos e inexoráveis momentos quaisquer.

* * *

P.S.: Será humanamente justo e admissível vivermos assim amorosa e emocionalmente separados, enquanto frios, soberbos e egoístas, aguardando a morte de um ou de outro chegar, para só então, hipocritamente, corrermos a nos reunir em repetidas orações, cenas de apreço, lágrimas em profusão, encenadíssimas comiserações e mais ainda duvidosas considerações pelos falecidos? Ali jazendo inertes, por certo já não ouvem, não sentem e não podem tomar atitude alguma a respeito de nada que lhes dissermos ou fizermos. Por que, então, não buscá-los assim enquanto vivem?

Estranho isto, quando em muitas ocasiões os meus textos parecem apontar diretamente para mim mesmo...

Armeniz Müller.

...Oarrazoadorpoético.