Bambus de inverno
As vezes sinto min'alma quase se esvair
Gelar, sucumbir, exaurir,
Sinto a vida se esvair, secar se render...
Sou golpeada pelo vento frio das desilusões, da falta de emoções
Lágrimas secaram, só o desalento
O torpor que me sacode por completo...
Prostrada, inspiro o ar do fim, olho ao meu redor, não há para onde ir
Criei raízes, o peso da vida, não me deixam prosseguir.
Meu corpo frágil, carregando o peso do mundo, não luta mais, só aguardo que a vida tenha piedade de mim, e acabe de vez setenciando meu fim...
E quase sem vida, Sinto uma energia emanar de mim, olho minha fragilidade, e lembro de uma simples verdade, estou como um bambu no inverno...
Preso a terra, desafiado pelo frio,
Coberto pelo peso da neve, tendo sua existência por um fio...
Mas não! Como um bambu eu sou forte!
Eu resisto, ainda que seja marcada, golpeada, humilhada, ainda assim, envergarei até o chão, mas como um bambu quase vencido no inverno frio, gelado, eu suportarei essa quase morte,
E voltarei mais forte.
Quando o inverno da dor passar, quando o gelo do desamor se esvair, eu serei maior, mais firme, e um alguém muito melhor.
Pois simplesmente serei como um bambu no inverno, frágil aparência,
Força voraz em essência...
Então eu me permiti sonhar...