"Sujeito de sorte"
Ergueu-se do seu chão altivo
e com o dedo indicador em riste
rasgou o verbo sem titubear.
Exclamou eloquente tudo aquilo que o incomodava,
expondo as suas dores mais frequentes
e as suas angústias mais agudas.
Enquanto exorcizava os seus próprios demônios
e explanava suas inquietações aos quatro cantos,
sentia o peito esvaziar-se,
sentia o coração pulsar mais lento
e o fluxo sanguíneo desacelerar em suas veias.
Inquieto e em desalento, recompôs-se do trauma
e de pé novamente, pôs-se a caminhar para dentro de si mesmo,
na busca mais incrível de sua jornada.
Instrospecto e olhando para dentro,
depois de caminhar dias e noites a fío completamente sem rumo, encontrou-se, perdoou-se e resiliente, hoje em dia,
além de tratar umas poucas feridas na alma,
ostenta cicatrizes como se fossem troféus, menções honrosas por sua bravura na vida.