Esquecendo de lembrar.
" O tempo faz a gente esquecer. Há pessoas que esquecem depressa, outras apenas fingem que não se lembram mais".
Érico Verissimo definiu bem poeticamente o grande paradoxo entre esquecer e lembrar.
Quase uma questão visceral, precisamos nos lembrar de tudo aquilo que nos (co) move e muitas vezes precisamos nos esquecer de todo esse " sentimentos ilhado, morto e amordaçado" , para seguirmos vivendo.
Equacionar passado e presente nem sempre é tarefa das mais fáceis.
Por vezes as amareladas páginas do livro da nossa memória parecem se descolorir para sempre, em outros momentos movidos por um start parecem nos queimar as lembranças .
São linhas traçadas tal e qual fios tênues capazes de se esconderem na penumbra da alma ou se acenderem como brasa em uma teia confusa chamada memória.
Pelo sim pelo não, a certeza que tenho é que tanto se faz urgente por vezes esquecer , como é inimaginável não lembrar.
O que resta é seguir lembrando de esquecer ou quiçá esquecendo de lembrar.