DESTINO...DESTINO!
Domingo de primavera,
De alguns anos passados,
Inês minha vizinha
Sentiu se mal ao meu lado.
Chamamos a ambulância,
Foi levada ao hospital
Gritava desesperada
Coisa que ninguém esperava,
Era câncer terminal!
Depois de alguns dias
Que estava internada,
No cemitério local,
Inês foi enterrada.
Muitos e muitos anos
de vida conjugal,
O marido não conseguiu
Seguir o seu funeral.
A mulher que tão bem lhe fez
O coração agora lhe corta
Como era triste acreditar
Que Inês estava morta!
Após anos de viuvez
Resolveu ele de vez
Procurar uma namorada...
Mas com suas pretendidas
O assunto da sua vida
Sempre era a ex amada
Então, nenhuma delas quis
Ser motivo de piadas.
Já estava ele sozinho
Há cinco anos e um mês!
Meu colega confidente
Pedro Antônio tão estimado
Anoiteceu, mas não amanheceu ,
vivo , o coitado.
Beatriz, sua mulher
Nao sabia o que fazer,
Desde a mocidade juntos
Na morte não queria crer.
Pediu socorro ao irmão
Que por consideração
A mão foi lhe estender.
O túmulo foi ele comprar
para o cunhado enterrar.
Além de gostar do amigo
dívidas tinha consigo
Foi a forma de pagar!
Na cidade, nesse dia,
o feriado se incubia
De deixa la tão vazia.
Meia dúzia de amigos,
atrás do corpo seguia.
Passa o tempo, e sem noção
Dois anos de solidão
a viúva já vivia.
A tristeza judiava
nem de casa ela saía.
Dava dó até em ver
O quanto ela sofria!
Um dia a vi chorando,
De saudade soluçando ...
E neste dia tambem
Vi o viúvo de Inês
cabisbaixo caminhando.
Pensei na vida dos dois,
quanta coisa em comum...
Achei que o certo seria
Apresenta -los depois!
Vidas tão parecidas,
De costumes tão iguais,
Fez com que daquele dia em diante
Eles não se deixassem mais.
O povo todo dizia
Que a história se repetia,
De cada par , um vingado
Um terceiro se fazia.
Dia de finados chegou
Beatriz foi visitar,
O túmulo do falecido
E também o enfeitar.
Seu companheiro não foi
Pois só de pensar já temia
O quanto ia chorar.
Pela falta que sentia...
Comprou um vaso de flor,
Pediu -lhe então para por
Sobre o túmulo em que dormia
O seu primeiro amor.
Anotou o número do túmulo
O qual lhe entregou com a flor.
Sobre o túmulo do marido,
Beatriz rezou e chorou
Contou -lhe o ocorrido
E tudo o que ela passou
Falou -lhe da solidão
Pediu a ele o perdão
Para que vivesse
em paz o seu coração.
Pra encerrar a visita
rezou a Ave Maria.
Pegou a flor e o papel
Para ver pra onde iria...
Conferiu o número três vezes
E a quadra que seria
Sem querer acreditar
No que os seus olhos viam
Que era ao lado de Pedro
Que Inês ali dormia!