Fúria do silêncio
Sinto uma fúria dentro de mim,
Todo meu corpo estremecer em emoções afloradas que eu não gostaria de sentir
Os pensamentos desordenados, em colapso, está criado o caos sem proporções.
Sinto o sangue ferver em minhas veias, a tez em tom rubro denuncia-me, a falta de controle se apodera de mim.
Ondas de sensações desconhecidas percorrem meu corpo, abalando minhas estruturas, levando embora toda a razão que pelo timbre do coração ainda perdura.
Sinto a fúria emergir das entranhas, de todas as palavras que não foram ditas, a nervura dos atos que ficaram pra depois, do grito que eu mesma silenciei, que agora agonizam em minha garganta,
Deveria ter explodido, ter perdido o rumo, ter perdido o ritmo, qualquer coisa que desse paz ao meu caminho, mas não, eu demonizei tudo aquilo eu poderia ter feito, e simplesmente aguentei o peso.
Como culpar outros pelo estrago feito dentro do meu peito, se eu mesmo dei armas ao inimigo?
Eu preferi calar a voz quando deveria bradar, preferi fechar os olhos ao que era evidente...a erupção que agora em minha alma geme querendo transbordar.
Quanto a mim, estremeço, sinto medo desse meu lado destruidor, e para o bem de todos, e para não perder-me de vez, meu enfado hoje grita mais alto, o cansaço desses dias turbulentos tem-me feito enxergar que algumas batalhas já estão perdidas, e outras que ainda entorpecem meus pensamentos, esses monstros que ganharam um espaço gigantesco, devem ser vencidos pela fúria do meu silêncio.