Fragmentos de Maria
Tenho profundas feridas
Que ninguém consegue ver
Algumas antigas, dormentes
Outras tão atuais tão recentes.
Tenho feridas abertas, que sangram
que jamais cicatrização
Tenhos marcas de guerra, de tantas andanças que jamais sumirão.
A dor que as vezes dilacera min'alma
De alguma maneira já é tão familiar
As vezes pra sentir algo, bem levemente
toco-lhes fazendo-a pungente.
São tantas marcas por tantas lutas
Que permeiam o coração
Tão reais, tão evidentes
Veladas, escondidas diante da multidão.
Por vezes nas estradas da vida,
Aprendemos manter a dor escondida
O tempo e seus ensinamentos
Nos mostram como chorar por dentro.
E a coragem cresce, apesar dos pesares
Guardamos os retalhos, em nossos lagares
Vestimos a alma de risos, olhamos adiante, com todo nosso exímio.
Somos um baú de recordações, de fragmentos
Nossas marcas, como tatuagem nós carregamos como ornamentos.
Nosso orgulho, nosso leme,
Lembrando de onde viemos e pra onde iremos.
Uma Maria, ou qualquer outra
Que lambe suas feridas,
as vezes recua, as vezes avança
Mas nunca perde as esperanças,
Carregando pelo mundo, a dor no peito, guardado, seu orgulho, sua bagagem, seu legado.
Fragmentos de Maria,
permeado de magia,
alma selvagem, seu credo
Carregada de mistérios.
Heterônimo:
Maria Mística